Pobreza mundial em números

18/06/2010 17:41

Se é pelos números que nos dizem que tudo tem ser assim, nada melhor que olhar alguns números para perceber o que é mesmo este “ser assim”. Estes números foram traduzidos colocados aqui  e retirados a partir daqui por Atilio A. Boron, director do PLED, Programa Latinoamericano de Educación a Distancia em Ciências Sociais, Buenos Aires, Argentina.

“População mundial: 6.800 bilhões, dos quais...  

1,020 bilhão são desnutridos crónicos (FAO, 2009)

2 bilhões não possuem acesso a medicamentos (https://www.fic.nih.gov/)

884 milhões não têm acesso à água potável (OMS/UNICEF, 2008)

924 milhões estão "sem tecto" ou em moradias precárias (UN Habitat, 2003)

1,6 bilhão não têm electricidade (UN HABITAT, "Urban Energy")

2,5 bilhões não têm sistemas de drenagens ou saneamento (OMS/UNICEF, 2008)

774 milhões de adultos são analfabetos (https://www.uis.unesco.org/)

18 milhões de mortes por ano devido à pobreza, a maioria de crianças menores de 5 anos (OMS).

218 milhões de crianças, entre 5 e 17 anos, trabalham precariamente em condições de escravidão e em tarefas perigosas ou humilhantes, como soldados, prostitutas, serventes, na agricultura, na construção ou indústria têxtil (OIT: A eliminação do trabalho infantil: um objectivo ao nosso alcance, 2006).

Entre 1988 e 2002, os 25% mais pobres da população mundial reduziram sua participação na renda global de 1,16% para 0,92%, enquanto os opulentos 10% mais ricos acrescentaram mais às suas fortunas, passando de dispor de 64,7% para 71,1% da riqueza mundial. O enriquecimento de uns poucos tem como seu reverso o empobrecimento de muitos.

Somente esse 6,4% de aumento da riqueza dos mais ricos seria suficiente para duplicar a renda de 70% da população mundial, salvando inumeráveis vidas e reduzindo as penúrias e sofrimentos dos mais pobres. Entenda-se bem: tal coisa se conseguiria se simplesmente fosse possível redistribuir o enriquecimento adicional produzido entre 1988 e 2002 dos 10% mais ricos.