União Geral dos Trabalhadores Lança Carta de Joinville em Repúdio a Todas as Formas de Violência Contra a Mulher
União Geral dos Trabalhadores Lança Carta de Joinville em Repúdio a Todas as Formas de Violência Contra a Mulher
Dirigentes da União Geral dos Trabalhadores, reunidos na 10 Plenária da Direção Executiva Nacional, em 10 de agosto de 2010, foram unânimes no apoio a iniciativa do Coletivo de Gênero da Central e aprovaram na íntegra o conteúdo da Carta de Joinville que repudia todas as formas de discriminação e violência de gênero. A Plenária deliberou pelo imediato lançamento de campanha nacional voltado para a conscientização dos trabalhadores e a sensibilização da sociedade em geral e em especial das autoridades responsáveis, para a necessidade urgente de dar um basta a mortandade provocada pela violência doméstica e todas as demais formas de agressão aos direitos humanos das mulheres do Brasil e do Mundo. Abaixo, a íntegra da Carta de Joinville: “Ao repudiarmos os assassinatos e todo tipo de violência contra as mulheres, que tristemente avança no país e consciente de que a violência de gênero não conhece fronteiras geográficas, étnicas, sociais, religiosas ou econômicas, a União Geral dos Trabalhadores considera a violência contra a mulher uma das principais formas de violação dos direitos humanos, atingindo-a em seus direitos à vida, à saúde, à cultura, à integridade física, psicológica e moral. Os tristes números que despertam a indignação de todo ser humano civilizado falam por si. De acordo com um levantamento promovido ainda em 2002 pela Fundação Perseu Abramo, no Brasil a cada 15 segundos uma mulher é espancada pelo marido ou companheiro e esta violência muitas vezes parte da violência verbal até chegar a tapas e espancamentos, ao cárcere privado, à ameaça de morte, ao homicídio que, em alguns casos, se dá na presença de filhos. Seja lá qual o motivo que levam a essas diversas formas de violência, nenhum deles justifica tais atos de selvageria contra a mulher ou qualquer ser humano e é inadmissível que os agressores tenham as penas severas previstas em lei substituídas por cestas básicas ou prestação de serviços comunitários, num claro desrespeito a Lei Maria da Penha. Mais lamentável e condenável é a decisão do Superior Tribunal de Justiça, que recentemente votou pela necessidade da própria vítima denunciar a agressão, num claro retrocesso em relação ao disposto na Lei, que prevê denúncia pública para os casos de violência doméstica. Para a UGT a dignidade destruída e a vida ceifada não se pagam com cestas básicas ou trabalhos comunitários, mas com cadeia, conforme prevista em lei. Pela Vida! Pela Dignidade! Pelo Respeito aos Direitos Humanos Vivam todas as mulheres do mundo! Joinville (SC), 10 de agosto de 2010 10ₒ Plenária da Executiva Nacional da UGT Coletivo de Genero da UGT Nacional”